sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tropicalismo

O tropicalismo foi um movimento artístico que atingiu as artes plásticas cinema, poesia, e principalmente a música, surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record.

O movimento teve grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como a pop art. Inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, rock, bossa nova, baião, samba, entre outros. As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura norte americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

Os principais representantes do tropicalismo foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Torquato Neto, Tom Zé, Jorge Bem, Gal Costa, Maria Bethânia, Capinam, Waly Salomão, entre outros.


Caetano Veloso

Capa do CD Tropicália ou Panis et Circenses

Caetano Veloso e Gilberto Gil



A moda tropicalista


Ao lado da experimentação musical, os tropicalistas apresentaram ao público um grande apelo visual em suas propostas. Influenciados por leituras de Marshall McLuhan, cujos escritos diziam que “o meio é a mensagem” e a roupa “é um prolongamento do corpo”, a imagem passava a ser tão importante quanto as idéias presentes em letras de música e declarações públicas. Assim, as capas de disco, os cenários dos shows e principalmente as roupas usadas em apresentações e aparições públicas foram fonte de choque e escândalo para o grande público. Ao mesmo tempo, elas foram elementos fundamentais para o sucesso popular do movimento e a permanência de sua imagem.


A loja Ao Dromedário Elegante, aberta em 1968 , em São Paulo, tornou-se uma referência no visual alternativo da época.

Na década seguinte, a moda se descolava um pouco dos movimentos musicais e adentrava o campo da contracultura, incorporando o visual hippie como vestimenta alternativa para os jovens. A temática radical da marginália começava a substituir as bananas e as cores vivas do tropicalismo.



Falando nisso...

O desfile Verão 2009 da Totem trouxe influências tropicalistas nas cores fortes e estampas de animais e frutas, ao som de Alegria, alegria de Caetano Veloso. Confira algumas fotos do desfile:




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